Publicação

Palestra sobre populismo, de Jacques Fontanille, é publicada em periódico da Unesp

No início desse ano letivo do PPG-Com/UTP, o professor Dr. Jacques Fontanille proferiu uma palestra de abertura denominada  Populismo: o grande levante semiótico. O evento, além de render debates profícuos aos participantes, foi registrado e traduzido pela Drª Kati Caetano em co-autoria com Me. Fernando Moreira. O texto completo acaba de ser publicado em português na revista Cadernos de Campo: Revista de Ciências Sociais (Unesp).

Conforme o resumo, “populismo e populista são denominações que, ao mesmo tempo, são mal definidas – até indefiníveis – e cuja enunciação é, no entanto, eficiente. O argumento inicial deste estudo consiste em uma inversão dessa relação: é justamente por essa indeterminação que a enunciação é eficiente. A dificuldade de uma definição estável de populismo é uma consequência direta da transformação contemporânea do actante coletivo, ao qual chamamos povo, que é, ele próprio, hoje em dia, indeterminado, flutuante e heterogêneo. Um dos desdobramentos dessa situação consiste em reivindicar a denominação populista, porque essa reivindicação pública é uma legitimação tanto da existência de um actante coletivo chamado povo quanto da coerência de temas e posições políticos associados. Assim, circunscrevemos o problema a ser tratado: por um lado, atribuímos ao populismo temas e posições políticos que não lhe são específicos e, por outro, associamos o populismo a paixões tristes (desconfiança, rejeição ao outro, sofrimento, ódio, medo…). Segundo pesquisas de opinião pública, tais paixões são compartilhadas pela maioria dos cidadãos, muito além apenas daqueles que votam nos candidatos populistas. Nossa hipótese é, então, que, no caso do voto e da expressão política populistas, essas paixões chamadas tristes funcionam como atratores dos temas e posições políticos associados ao populismo” (FONTANILLE; CAETANO; MOREIRA, 2020).

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